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O perigo da comunicação polarizada

“Não existe uma só atividade humana que não seja afetada ou que não possa ser promovida através da Comunicação”. (Gilbert Arthur Highet).

É bem provável que você, seja durante um bate papo com os amigos, lendo alguma notícia na internet ou ainda no ambiente de trabalho já tenha ouvido falar sobre o termo comunicação polarizada.

Sobretudo no contexto atual, onde temos a nítida impressão de que visões extremas de mundo se chocam a todo o instante, a polarização surge como uma inegável realidade. 

É exatamente aqui que reside o perigo. A polarização política entre direita x esquerda, Lula x Bolsonaro e até mesmo rivalidades no esporte, caso de Atlético x Cruzeiro, Grêmio x Inter, São Paulo x Corinthians e tantos outros exemplos nunca nos pareceu estar tão em alta, não é mesmo? 

Como bem aponta Nelio Arantes, em seu livro Sistemas de gestão empresarial – conceitos permanentes na administração de empresas válidas: 

“Comunicação é essencialmente um processo de interação humana, que busca o entendimento comum nas relações entre os indivíduos, fundamental para a sobrevivência e o crescimento.”

Diante do conceito de comunicação expresso acima, é nítido que a polarização nos traz, num discurso muitas vezes raso e na simplicidade do dualismo bem x mal, uma verdadeira barreira para o relacionamento interpessoal. 

Mais ainda, a comunicação polarizada pode trazer uma série de problemas para o dia a dia de uma pessoa nas mais variadas situações.

Afinal, como é possível lidar com essa questão e evitar que a polarização de ideias prejudique suas relações pessoais e profissionais? 

É possível manter suas ideias e convicções sem ter que partir para um discurso violento e fechado? É sobre isso que falaremos a seguir, acompanhe! 

Comunicação polarizada: como ela ocorre? 

Em linhas gerais, o cenário político atual em nosso país tem refletido diretamente na polarização de ideias, gerando inúmeros conflitos entre as pessoas.

No entanto, esse não é o único exemplo de polarização. Os polos opostos podem ocorrer em diversos outros contextos. Numa empresa, por exemplo, você pode ter uma ideia que julga ser perfeita para a organização. Enquanto isso, um colega de trabalho tem outra proposta, totalmente contrária à sua.

Em tese, isso não seria necessariamente motivo para debates mais acalorados. No entanto, quando a comunicação deixa de ser efetiva, quando os lados não se ouvem e não lançam mão da escuta ativa, e a mente de cada um se fecha em seu próprio mundo e ideias, os extremismos surgem.

Com isso, damos adeus ao diálogo e ao debate construtivo, e abrimos a porta para uma espécie de “fanatismo”, do tipo eu sou o certo, você é o errado, não há como nos comunicarmos, fim.

Os prejuízos desse tipo de comunicação são enormes. No ambiente de trabalho, por exemplo, pode prejudicar a produtividade, o clima da empresa e assim refletir em resultados negativos para todos os envolvidos.

Fato é que tais discussões originárias de um discurso pautado na polarização refletem ideias rasas, uma divisão social que promove ainda o afastamento intelectual e pessoal.

É como se cada um ficasse dentro de sua própria “bolha”. Nem precisamos dizer o quanto isso é nocivo, sob vários aspectos. Afinal, é no confronto saudável de ideias que podemos construir novas perspectivas, aprender e evoluir, e não nos fechando em uma verdade que julgamos ser absoluta.

Diante disso, podemos concluir que, de certa forma, essa polarização ocorre porque queremos brigar para ter razão pelos nossos objetivos pessoais. E com isso esquecemos que todos têm suas próprias razões.

Como evitar que a comunicação polarizada te prejudique? 

Com posicionamentos acirrados em todos os cenários imagináveis, desde religião até futebol e política, é preciso ter jogo de cintura e habilidade para lidar com esse entrave comunicacional. 

Como diz Penteado, em seu livro 

“Há polarização, quando tratamos os contrários, como se fossem contraditórios. Polarização é a tendência a reconhecer apenas os extremos, negligenciando as posições intermediárias.”

Sendo assim, é fundamental que, para não prejudicar a comunicação, se busque um meio termo em relação aos pontos de vistas. 

Como fazer isso? A equipe da Tagarela School preparou algumas estratégias para te ajudar a manter sua mente aberta e lidar com posições extremamente antagônicas. Confira a seguir:

  • Questione sempre o que te rodeia, e não dê nada como certo antes de verificar os fatos e informações envolvidos;

  • Tenha a mente aberta. Escute todas as opiniões, até mesmo busque se inspirar nos seus opositores ideológicos;

  • Entenda a necessidade de limites e estabeleça-os, tanto para você mesmo (a) quanto para seu (sua) interlocutor (a);

  • Tenha um viés positivo em seus debates. Ao invés de debater o problema dos outros, procure defender as qualidades. Focar no positivo é uma forma de não se expor e/ou se desgastar desnecessariamente;

  • Emita suas opiniões sem partir para agressão verbal. Isso cria uma espécie de “vetor de ódio”. 

  • Busque o autoconhecimento. Dessa forma você saberá identificar seus padrões de comunicação e evitar embates mais agressivos que impedem que a comunicação avance. Recentemente fizemos um texto no blog que mostra exatamente como o autoconhecimento é positivo para os relacionamentos e comunicação. Clique no link Comunicação e autoconhecimento – O equilíbrio para uma boa oratória;

Como vimos, o processo de interação humana, o qual chamamos de comunicação, tem uma grande barreira criada nos tempos atuais: a polarização de ideias e discursos.

A grande sacada para lidar melhor com esse problema é não se fechar em sua bolha e procurar adotar algumas estratégias capazes de evitar os prejuízos da polarização.

Agora, conte para nós o que você tem feito para lidar com esse tipo de desafio. Se você gostou desse artigo, não deixe de compartilhar com seus amigos e contatos. Até a próxima! 

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