Blog

A timidez não nasceu com você

Eu nunca vi nenhuma criança pedindo para se tornar tímida. Você já?

Com o passar dos anos a pessoa se torna tímida por diversos fatores que impactam na formação da sua personalidade, por exemplo: família, escola, amigos, igreja…

Vou destacar aqui três que possuem papéis importantes nesse processo, são eles:

  1. Modelo escolar brasileiro: desde que as escolas foram fundadas no Brasil, pouca coisa ou nada mudou no modelo de educação, o foco está em tornar pessoas boas em marcarem gabaritos, boas notas no vestibular já é o suficiente. E o lado humano da formação? Qual a preocupação com ele?

Se você lembrar dos seus tempos na escola irá criar imagens de apresentações feitas com cartazes, um colega segurava a “tela” e o outro realizava a leitura. Era raro algum momento em que você era estimulado a dar a sua real opinião sobre o tema, falar o que entendeu de fato.

Isso é apenas um exemplo. Se a educação ao menos fosse pensada em 50% do tempo para o lado lógico do conhecimento e 50% para o lado humano, já teríamos pessoas com mais controle emocional e uma sociedade mais leve.

Aí está um grande responsável por você ter desenvolvido a timidez: O sistema escolar brasileiro. Seja questionador quando for matricular uma criança na escola, veja se ela estimula a interação social, se desafia a pensar em relacionamentos humanos, se tem o objetivo de formar pessoas capazes de serem agentes de transformação no futuro.

  1. A família: pensa como era o seu ambiente familiar quando você era criança/adolescente. Seus pais lhe escutavam todas as vezes que você tentava se comunicar? Conversavam sobre tudo?

Quando uma criança chega até os seus pais para contar algo, é muito comum que seja interrompida: “não filho, agora não”, “depois você fala”…  A interrupção é uma fábrica de bloqueios, se os pais levassem isso a sério pensariam 2x antes de fazer.

O padrão de que a sua opinião não é importante é criado, quando essa pessoa na vida adulta se depara com um momento que precisa se posicionar, um filme tende a passar em sua mente e por consequência a sua performance é comprometida.

É apenas um fato que compartilhei aqui, mas existem outras formas no ambiente familiar que estimulam a timidez.

Tome cuidado com o que você fala em sua casa, uma “brincadeira” para você pode significar muita coisa para quem escuta. Se a pessoa não se sente segura em seu lar, muito provavelmente será retraída fora de casa. Seja um encorajador de pessoas e não um limitador tosco e perverso.

  1. O seu papel: aqui está a chave para controlar essa timidez! Sabe qual é? É a sua vontade, é o seu objetivo de tornar isso uma prioridade em sua vida.

Sabe por quê?  Infelizmente ninguém, absolutamente ninguém pode forçar você a ter e a executar essa meta. Se a timidez de fato lhe incomoda, você vai tornar isso uma prioridade.

Se os dois pontos anteriores foram falhos na sua vida, tanto a escola quanto o ambiente familiar, é importante que você entenda que pode e deve dar um novo significado para aquilo. Não digo esquecer, por que se assim for uma parte da sua história irá embora. Mas sim entender que tudo que viveu serviu para consolidar as suas experiências. E que de agora em diante é você que estará no comando e não a timidez.

O que dá para você mudar nisso que falei? Talvez só a escola você não irá conseguir mudar para a sua vida (poderá mudar para a vida das crianças da sua família), no ambiente familiar, que tal criar um simples encontro para que cada pessoa compartilhe como foi a sua semana? E o seu papel? Esse é o que mais está ao seu alcance, busque conteúdos relevantes, se exponha, arrisque…

Tenha a comunicação como aliada e não como vilã! Mesmo tendo a timidez presente, é possível passar a sua mensagem, se posicionar e isso depende da sua atitude, depende de começar, encarar os desafios, errar, fazer de novo, se desenvolver a cada nova tentativa.

Mãos à obra, vai dar tudo certo.

Um abraço,

Paulo Felipe

 

 

 

   

 

 

 

 

    

Receba novidades!

    VEJA TAMBÉM